Foto de  Torsten Dettlaff

Nunca me esquecerei de um popular pregador Indiano que cativou uma audiência, há alguns anos, com uma excelente passagem pelo Antigo Testamento. Ele destacou as repetidas tentativas de Satanás para fazer fracassar o grande plano de Deus para a redenção humana, especialmente visando o povo escolhido de Israel. Explicou também que Deus derrotou sempre essas tentativas e que, por fim, acabou por enviar o Seu Filho Jesus como nosso Redentor a este mundo para fazer o necessário para reclamar o Reino de Deus.

Este artigo analisa o significado profundo de Isaías 11.1, um versículo que oferece esperança em tempos difíceis. Vamos rever a graça imutável de Deus, desde as lutas do Antigo Testamento até o cumprimento desta promessa no Novo Testamento – e a sua relevância para nós hoje.

Graça até ao fim!

Desde a imprudente entrada de Abraão no Egito até à severa escravidão dos Israelitas sob de Faraó, e desde a pecaminosidade do próprio Povo de Deus desde o Êxodo até ao Exílio, Deus teve de lidar repetidamente com problemas internos e externos entre os Seus escolhidos! O caráter do Senhor foi severamente testado pelo povo de Deus criado antes de Gênesis 11, e pelo povo escolhido de Deus depois disso – pois Ele teve que puni-los por seus pecados, mas também encontrou maneiras e meios de proteger o remanescente piedoso e progredir em direção aos Seus propósitos! Que grande Deus que servimos! Assim, o povo escolhido de Israel foi o foco do Inimigo no Antigo Testamento – e também do implacável favor de Deus.  

Isaías 11.1 foi escrito em um desses contextos.

Glória em meio à escuridão

Os reinos de Israel (Norte, Samaria) e de Judá (Sul, Jerusalém) estavam mergulhados no pecado desde os últimos dias de Salomão (Israel Unido) e, depois, desde os dias de Jeroboão I e Roboão, os primeiros reis dos Reinos Divididos. Apenas alguns reis de Judá eram piedosos. Por isso, o Senhor usou os Profetas para avisar o povo e os reis para se arrependerem – ou então, perecerem. Em reação obstinada, o ímpio reino do Norte de Israel foi o primeiro a ser capturado pelos Assírios – as cidades foram destruídas e os cidadãos deslocados (2 Reis 17). Citando este exemplo, Deus continuou a usar profetas como Isaías para estender o Seu convite de restauração espiritual ao povo de Judá. Mas, será que eles se arrependeriam?

Os primeiros 10 capítulos de Isaías ecoam os temas da pecaminosidade e do julgamento iminente, mantendo ao mesmo tempo a esperança sempre presente para os piedosos – e uma eventual restauração global mais tarde.

A narrativa sobre a incredulidade do rei Acaz é um exemplo (Isaías 7 e 8) do clima espiritual da época, ao mesmo tempo que o Senhor dá instruções a Isaías e à sua família para confiarem Nele e serem corajosos. A glória do Senhor brilha intensamente em Isaías 6.1-8 e 9.1-6 no meio de uma tal escuridão de impiedade. O Senhor olha para além do julgamento do opressor (Assírios) para o bem-estar dos remanescentes globais piedosos que regressam e para o cumprimento da redenção global (2.1-4; 11.6-9).

Graça Imutável

Embora o povo escolhido de Israel se destrua devido à sua própria pecaminosidade, à ira divina e à impiedade dos seus inimigos, os planos de Deus (Gn 3.15; 12.1-3; 2 Sm 7.16) serão cumpridos através do Libertador Prometido!

“Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e das suas raízes brotará um renovo.” (Isaías 11.1)

De fato, Isaías foi chamado a servir o Senhor com esta realidade em mente (Isaías 6.13). Apesar de Israel e Judá poderem vir a ser completamente destruídos e dispersos, os descendentes de Davi voltarão a levantar-se (Jessé, o pai de Davi) e, através deles, o Libertador Prometido (“Renovo”) virá e realizará os planos de Deus.

Mas, isso aconteceu?

Sim.

O Novo Testamento (Mateus 1.1, 16, 17 e Lucas 3.23, 38) confirma claramente a linhagem Davídica de Jesus (“Salvador”), enquanto João 17.4; 19.30; Gálatas 3.13 e Apocalipse 5.9, 10 afirmam como Jesus, o Libertador Prometido, cumpriu a missão redentora de Deus.

O que aprendemos com isto?

Hoje, aqueles que confiaram no Senhor Jesus para se tornarem filhos de Deus são o povo de Deus (“Novo Israel”). Fazem parte dos propósitos imutáveis e graciosos de Deus, assim como os Israelitas do Antigo Testamento (Romanos 11.23). Mas, há muitos mais para alcançar (João 10.16; Marcos 16.15, 16) e muito mais para transformar (Apocalipse 21.1, 5). Essa missão interminável continuará através do povo de Deus até a Segunda Vinda do Senhor (Mateus 24.14; 2 Pedro 3.9).

É por isso que Satanás está perseguindo a igreja, o agente da missão de Deus e uma ilustração dessa transformação – os crentes Cristãos em todos os lugares (Apocalipse 12.17). Assim, o povo de Deus hoje está a ser oprimido e perseguido. 

– Mas, tal como vemos na história, os propósitos de Deus vão sempre se cumprir. Nada poderá impedir isso. 

– Algumas situações da nossa vida podem não dar lugar a qualquer esperança, mas para Deus tudo é possível! Este versículo nos ajuda a lembrar a contínua intervenção divina na história, superando os desafios enfrentados pelo povo escolhido de Israel. Mesmo nas situações mais sombrias, os desígnios divinos prevalecerão, pois a fidelidade de Deus dura para sempre.

Você conhece esta letra?

“Confia no Senhor e não desesperes

Ele é um amigo tão verdadeiro

Não importa quais sejam os teus problemas

Jesus vai te ajudar…”

– Ao celebrarmos este tempo de Advento, que estes pensamentos reforcem a nossa esperança e o nosso compromisso de nos agarrarmos ao Senhor, aconteça o que acontecer!

Porque Deus é capaz e fiel.

Samuel Abraham is a contributive writer based in Bangalore.