O Estado Islâmico de Moçambique (ISM, da sigla em Inglês) exige que Cristãos e Judeus paguem o imposto jizia como sinal da sua submissão a um Califado Islâmico na província de Cabo Delgado.

Em uma nota, manuscrita em Suaíli, o ISM – também conhecido como al Shabaab, mas não ligado ao grupo Somali de mesmo nome – compromete-se a matar todos os Cristãos e Judeus a menos que se convertam ao Islã ou paguem o imposto.

A carta também apela aos Muçulmanos moderados a juntarem-se à causa Islâmica ou a enfrentarem a morte.

A mensagem do Estado Islâmico de Moçambique ameaça Cristãos e Judeus com uma “guerra sem fim” se não se submeterem ao Islã ou não pagarem impostos [Crédito de Imagem: Militant Wire]

Os Islâmicos declaram: “Vamos intensificar a guerra contra vocês até que se submetam ao Islã… O nosso desejo é matar vocês ou sermos mortos, pois somos mártires perante Deus, portanto submetam-se ou fujam de nós”.

A carta, cujas fotografias foram compartilhadas nas redes sociais, teve origem no distrito de Macomia, em Cabo Delgado, em meados de novembro. O informativo semanal do EI, publicado no dia 10 de novembro, também publica a exigência de que Judeus e Cristãos se convertam ou paguem a jizia.

O conceito de jizia deriva do Islã clássico e da sharia (lei Islâmica), que ensina que os “Povos do Livro” não Muçulmanos – ou seja, Judeus e Cristãos – que não se convertem ao Islã, são autorizados a permanecer na terra, desde que aceitem um status de segunda classe.

Aqueles que aceitam tal estatuto são conhecidos como dhimmi (literalmente, pessoas protegidas). São tratados como um povo conquistado e subjugado que deve respeitar várias restrições que reforçam o seu status de segunda classe, incluindo o pagamento da jizia aos seus conquistadores Muçulmanos.

Estas práticas já não são oficialmente aplicadas pelo governo de qualquer país de maioria Muçulmana.

Acredita-se que o foco na coleta de impostos siga as instruções emitidas ao comandante do ISM, Ibn Omar por altos líderes do EI em uma reunião na República Democrática do Congo no final de junho ou início de julho. Ele teria sido instruído a parar de matar civis em áreas sob influência do ISM e começar a cobrar impostos.

Pelo menos 21 Cristãos foram mortos por extremistas Islâmicos em ataques violentos durante todo o mês de outubro no norte de Moçambique. Em setembro, os contatos do Barnabas disseram que o ISM planeja estrategicamente,  atraindo forças de segurança em uma área para deixar outras áreas indefesas. Nessa altura, estavam realizando cerca de dois ataques todas as semanas, matando Cristãos, violentando mulheres e sequestrando meninos para servirem como crianças-soldados.

Enquanto anteriormente as instalações do governo eram os principais alvos, desde o início de 2022 os terroristas concentraram seus ataques em vilas predominantemente Cristãs, incendiando casas e igrejas. Eles mataram vários pastores, muitas vezes decapitando pessoas quando atacavam.

Ore para que os Cristãos do norte de Moçambique conheçam a proteção do Senhor em meio à ameaça e à realidade da perseguição. Peça que o governo Moçambicano receba sabedoria para vencer os terroristas e estabelecer a paz nestas regiões conturbadas.