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Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Mateus 16:26a

Enquanto Inácio, o segundo bispo de Antioquia na Síria, estava sendo transportado para Roma para morrer na arena, ele escreveu aos Cristãos daquela cidade, exortando que não fizessem nada que o livrasse de seu iminente martírio: “Escrevo a todas as Igrejas e ordeno a todas, que morra de boa vontade por amor de Deus, se ao menos vocês não o impedirem”.

“Eu imploro, não me faça uma gentileza inoportuna. Permita-me ser comido pelas feras, que são a minha maneira de chegar a Deus. Eu sou o trigo de Deus, e devo ser moído pelos dentes dos animais selvagens, para que eu possa me tornar o pão puro de Cristo”.

Inácio, que foi referido como “Theophoros”, que significa “portador de Deus” ou “nascido de Deus”, foi condenado à morte pelo imperador Trajano em cerca de 107. O imperador havia decretado que os Cristãos deviam adorar aos deuses pagãos e que aqueles que se recusassem fossem mortos. Destemido enfrentando o próprio Trajano, Inácio defendeu corajosa e eloquentemente a fé Cristã antes de ser enviado a Roma para morrer.

Inácio era um líder Cristão exemplar, que orava fervorosamente por seu rebanho e os exortava a permanecerem firmes diante da perseguição. Em sua viagem da Síria a Roma, várias igrejas enviaram delegações para encontrá-lo e se encorajaram mutuamente na esperança do Evangelho.

Ele também escreveu cartas, que subsistiram, para cinco das congregações que o haviam recebido, bem como uma para a Igreja em Roma e outra para Policarpo, Bispo de Esmirna. Elas ressaltam a importância de manter a unidade Cristã e a sólida doutrina, e apresentam o martírio como um grande privilégio que deve ser muito bem compreendido. Inácio escreveu que ele mesmo estava “ansioso para morrer por Cristo”. Ele foi morto por bestas selvagens no Coliseu.

Todos os prazeres do mundo, e todos os reinos desta terra, de nada me servirão. É melhor para mim morrer em nome de Jesus Cristo, do que reinar sobre todos os confins da Terra. "Pois que lucrará um homem, se ganhar o mundo inteiro, mas perder sua própria alma? Aquele que eu procuro, que morreu por nós: Aquele que eu desejo, que ressuscitou por nós. Este é o ganho que me é reservado. Perdoem-me, irmãos: não me impeçam de viver, não desejem me manter num estado de morte; e enquanto eu desejar pertencer a Deus, não me entreguem ao mundo. Sofrei para obter luz pura: quando eu tiver ido para lá, eu serei de fato um homem de Deus.

Inácio de Antioquia (m. 107), carta aos Romanos