Tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”. (Romanos 3:26)


A pregação do apóstolo Paulo é o anúncio do Evangelho aos seus contemporâneos que o tempo messiânico chegou. O Cristo é o Ser contemporâneo e Sua obra é chamada pontualmente de “tempo-de-agora”.

O tempo do retorno de Cristo que sinaliza o fim do nosso tempo não é cronologicamente determinado, mas é certo e próximo, embora incalculável.

No entanto, Paulo em sua exegese elucidada pelo Espírito Santo, na revelação da pessoa e obra de Jesus Cristo no Antigo Testamento e através da igreja de seu tempo, consegue particularmente relacionar o tempo passado, ou seja, as profecias a cerca do Messias no presente com a redenção final dos filhos de Deus.

“Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” (Romanos 5:17). Assim como em Adão, através de quem a humanidade recebeu o pecado e a morte, Jesus Cristo é o Messias que concede aos que creem a redenção e a vida.

Com isso, o apóstolo Pedro corrobora dizendo: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” ( 1 Pedro 1:6-7).

O cristão especificamente, precisa enxergar seu tempo presente, vivendo nele e simultaneamente, se distanciando dele para que, com as lentes da verdade de Deus, consiga perceber e agir na sua realidade, isto é, proclamar o Evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.

A esperança é uma característica fundamental dos cristãos. Essa esperança em Deus não se baseia no mundo de sua época com suas notícias econômicas ou políticas, mas vive com a realidade espiritual da ressurreição de Cristo, enxergada através dos olhos da fé.

Recentemente li a seguinte frase: “Um homem inteligente e ligeiramente lúcido pode odiar o seu tempo, mas sabe, em todo caso, que lhe pertence irrevogavelmente, e sabe que não poderá fugir ao seu tempo.”

No entanto, viver no tempo presente sem fugir ao tempo presente, ou seja, de forma contemporânea, é o exercício espiritual de andar neste mundo amando a Deus, e aguardando o estabelecimento do Novo Tempo. Isso significa viver pela fé, compreendendo o próprio tempo sem que esse o distraia do justo tempo de Deus para os seus.

Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça(2 Pedro 3:13).

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