Jesus estava no poço de Jacó que fornecia água fresca para as pessoas beberem. Jesus usou-a como metáfora para a água viva espiritual que Ele ofereceu àqueles que O aceitassem: “mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (João 4.14).

Sem preconceitos

Por centenas de anos, os Judeus e o povo samaritano tinham sido inimigos. Mas Jesus não tinha este preconceito. Ele viajou pela Samaria. Jesus sentou-se junto ao poço, pois estava cansado, enquanto os discípulos iam comprar comida.

Uma mulher veio para tirar água. Ela era uma samaritana, uma etnia de pessoas as quais os Judeus da época absolutamente não gostavam. Ela era banida e desprezada pelo seu próprio povo. Isto é evidente pelo fato de ela ter vindo sozinha tirar água do poço comunitário. Durante os tempos bíblicos, tirar água e conversar no poço era o ponto alto social do dia de uma mulher. No entanto, esta mulher era ostracizada e marcada como imoral.

Jesus surpreende-a ao pedir uma bebida.  Os judeus e os samaritanos não socializavam. Não bebiam do mesmo copo. Ao pedir humildemente um favor, Jesus rompe o preconceito que existia entre eles e abre seu coração para um diálogo sincero. 

O Senhor é Judeu e eu sou uma mulher Samaritana. Como pode você me pedir uma bebida? Foi a sua réplica. Jesus falou: “Se você soubesse o dom de Deus e quem é que te pede por uma bebida, teria pedido a ele e ele te daria água viva.”

Bem-vindo à intimidade

Ele estava dizendo a ela que a água viva de Deus poderia libertá-la da culpa e da vergonha, liberá-la da amargura, da raiva e da frustração e libertá-la da desilusão e do desespero. Ele queria mostrar a ela que Deus nos ama apesar das nossas vidas falidas. Deus nos valoriza o suficiente para nos buscar ativamente e nos acolher na intimidade.

Durante a conversa, Jesus a surpreende ao perguntar por algo que parecia totalmente alheio à conversa que estavam tendo: “Vai, chama teu marido e volta.” Jesus sabia que ela tinha sido casada cinco vezes e estava atualmente com outro homem.

Ele tinha colocado Seu dedo na ferida, fracassos e pecados da sua vida – coisas profundas que só ela estava ciente, mas provavelmente nunca havia admitido abertamente a ninguém antes. Ela admitiu a ele suas atuais condições de vida. Jesus estava tentando ajudá-la expondo o seu pecado, não para envergonhá-la com isto, mas para libertá-la dele. Ele não a acusou. Ele simplesmente tocou sua consciência e encorajou-a a nomear o seu próprio pecado. Ao invés de a condenar, ele a fez perceber sua necessidade e sede da água da vida.

Mudança de Coração e Propósito

No final da conversa, a mulher experimenta uma liberdade que ela nunca havia experimentado antes.

Ela veio ao poço de Jacó para buscar água em seu vaso. Depois de encontrar Jesus, ela própria se tornou “um vaso d’água” e voltou à cidade emanando água espiritual. Ela retornou à cidade para falar a eles sobre a água viva. Há uma mudança de coração e uma mudança de propósito. A tarefa dada a ela é de compartilhar este Jesus com outros. Apesar de sua reputação, ela testifica.

O testemunho da mulher sobre Jesus causa enormes faíscas entre os Samaritanos que saem para seguir Jesus e O ouvem por causa do testemunho da mulher. Em uma confissão impressionante, os Samaritanos proclamam Jesus como o “Salvador do mundo” (João 4:42).

O nome da mulher no momento do encontro com Jesus é desconhecido. Na tradição Cristã Oriental, ela foi batizada “Fotina”. Ela é celebrada como uma santa de prestígio. Diz-se que o seu testemunho contínuo trouxe tantos à fé cristã que ela é descrita como “igual aos apóstolos“. Posteriormente, tendo chamado à atenção do Imperador Nero, foi levada perante ele para responder pela sua fé, sofrendo muitas torturas e morrendo como mártir depois de ter sido atirada em um poço seco.

Jesus transforma um pecador em um santo. O episódio ilustra que como Jesus devemos estar dispostos a atravessar as fronteiras religiosas e culturais tradicionais para nos tornarmos agentes de cura e restauração.


Foto de UNAMID no Flickr

Dr. Joseph Patmury served as a professor of missions and eco-theology previously.